Arquivo do mês: setembro 2015

O ressentimento, o rancor e a inveja de Hélio Bicudo contra Lula

As declarações de Hélio Bicudo no Roda Viva de ontem foram de uma irresponsabilidade impressionante. Sem falar em valores, em patrimônio, afirmou que Lula se enriqueceu ilicitamente. Ora, baseado em que Bicudo afirma isso? Ele fala do passado de Lula, que o conheceu morando num apartamento de 40 metros quadrados. Desde quando isso impede que Lula ganhasse dinheiro no transcorrer da vida dele? Sem lógica nenhuma.

Bicudo nitidamente exibiu rancor, inveja e ressentimento notório contra Lula. Ao que parece, tem inveja do que Lula conseguiu ser sem a formação que ele, Bicudo, alardeia possuir. Um filho dele, Bicudo, escreveu um texto onde explica toda a origem da animosidade do pai contra Lula. Trata-se de um senhor invejoso porque Lula se tornou presidente da república e uma liderança política internacional, ao passo em que ele, Bicudo, continua sendo o mesmo operador do direito limitado e sem brilhantismo de sempre. É importante que se diga isso. Bicudo não é conhecido como “jurista”. Ele foi um procurador que se tornou famoso na época dos esquadrões da morte e depois se tornou político do PT, levado ao partido por um filho dele, pois, na origem, Bicudo sempre foi um conservador. É daí que vem a sua fama e não por ser “jurista”. Não tem nome nem fama nenhuma na comunidade jurídica brasileira como “jurista”. Nenhuma. Não publicou nenhuma obra relevante, nenhuma tese brilhante, nada. É uma nulidade no direito brasileiro. Existem autores mais jovens que tem mais obra acadêmica de peso ou importante do que Bicudo, que desponta para o anonimato no direito brasileiro.

A entrevista de Hélio Bicudo, ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura, falar por si só. Ele não fundamentou nada. Só fez ataques ressentidos e invejosos contra Lula. Deixou claro que se incomoda com o sucesso financeiro e político de Lula. Qual foi a justificativa que ele deu? Lula usou a presidência da república para se enriquecer. Tosco, para dizer o mínimo. Lula foi presidente da república e fez um governo aclamado internacionalmente. Se as pessoas pagam para ele falar, qual a ilegalidade disso? Nenhuma.

Bicudo tem é inveja de ver Lula rico pelos seus méritos. Se Bicudo não tem condições de ser presidente da república, se ele não tem condições de ser afamado internacionalmente e fazer dinheiro com isso, a culpa é dele e não de Lula. O que Lula fez para ganhar dinheiro, valendo-se da suas realizações na presidência da república para ministrar palestras e conferências ao redor do mundo, concorridas e caras, como é o preço cobrado por uma estrela da política internacional, isso não é nenhum ilícito. Todos fazem isso. Os políticos americanos que foram presidentes da república fazem isso. Até o FHC fez.

Como ficou claro na entrevista de ontem no Roda Viva, Bicudo é mais um que não tolera o sucesso do homem e do político Lula. Lula ficou rico com todos os méritos de uma estrela da política internacional, respeitado em vários países do mundo, coisa que Bicudo nunca conseguiu ser. Lula não tem culpa de ter sido presidente da república. Somente o vencimento de presidente da república, preservado ao longo de oito anos, já é mais do que suficiente para juntar uma “bolada”.

Simplesmente porque o presidente tem todos os gastos pagos pelo Tesouro Nacional. Ele não gasta nada do vencimento, praticamente. Tudo é custeado pelos cofres públicos. Não paga moradia, alimentação, viagens, nada. Os presentes que Lula ganhou ao longo de oito anos são de propriedade dele. Fora a principal fonte de renda de Lula, as palestras, as quais ele ministra muito antes de ser presidente da república e são concorridas e, claro, caras.

Lula não deve ganhar menos de R$ 150 mil reais em cada palestra que ele dá no Brasil e no mundo. Se ele der umas dez palestras por mês, computando por baixo, ele ganha um milhão e meio de reais por mês. Façam os cálculos, incluindo os investimentos que normalmente se faz para multiplicar o capital auferido (sim, porque ninguém é estúpido o suficiente para ganhar dinheiro e não fazer com que ele renda lucros e dividendos). Um cara desse está fadado a ser naturalmente rico. Estranho seria se fosse o contrário. Não é só pagodeiro ou jogador de futebol que era pobre e tem o direito de ficar rico neste país. Políticos como Lula ficam ricos também. E com os dois pés nas costas.

É isso que muita gente não suporta, geralmente os perdedores. Eu admiro Lula, inclusive pelo fato de ter se tornado rico, com todos os méritos. Por isso Lula é admirado pelos políticos americanos, inclusive os Bush, que desprezavam FHC, visto como um intelectual distante do povo e sem nenhum exemplo de superação para mostrar, ao contrário de Lula, um fenômeno. Lula é o próprio sonho americano em pessoa, um sujeito pobre que venceu na vida, tornando-se uma pessoa referência no mundo na área em que atua, a política.

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O masterplan de Sérgio Moro

A condenação de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, no âmbito da Lava Jato, sob a acusação de ter usado dinheiro da corrupção na Petrobras (Petrolão) nas campanhas eleitorais do PT, é um inequívoco ataque judicial proferido pelo juiz federal Sérgio Moro contra o partido e seus membros.

Certamente a condenação será usada politicamente pela oposição, principal beneficiária da atuação do juiz federal Sérgio Moro. O juiz federal responsável por conduzir os processos da Lava Jato deixa claro em suas decisões que considera o PT uma organização criminosa que se vale do poder para praticar corrupção e, assim, se perpetuar no poder.

Com Moro, não há meias palavras. Ele realça sempre que pode esse aspecto, num ativismo judicial poucas vezes visto antes neste país. Moro é ideologicamente anti-petista ferrenho, ainda que tente por vezes transparecer uma inexistente imparcialidade. Não mede esforços para fazer de suas decisões instrumentos políticos de ataque ao PT e seus membros. Está comprometido politicamente até às últimas consequências com esses efeitos de suas decisões. Não se importa com o fato de ser um mero juiz federal de primeira instância dotado incrivelmente de um poder extravagante de decidir os destinos políticos do país. Encampou com gosto esse papel e o desempenha conscientemente, não se importando com os efeitos do que pode causar.

Tudo isso sugere que Sérgio Moro não age sozinho e possui forte sustentação política. Isso para mim está claro. Não é um juiz federal agindo exclusivamente de acordo com a sua consciência individual. Sérgio Moro serve nitidamente a um projeto político de poder que não engloba a participação do PT na vida política do país. Sua missão, para além de julgar processos judiciais, é o de atacar, cercear e perseguir o PT e seus membros sempre que a chance lhe for ofertada. O ápice desse ilegítimo ativismo judicial politicamente interessado será a prisão de Lula, o masterplan de Sérgio Moro.

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Condenação de Vaccari na Lava Jato complica situação de Dilma Rousseff

O juiz federal Sergio Moro condenou ontem João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, a 15 anos e quatro meses de prisão pela pratica dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa num dos processos a que ele responde (existem outros processos em que ele figura como réu no âmbito da Lava jato). A principal acusação é a de que ele recebia propina do esquema de corrupção da Petrobras na forma de doações para campanhas eleitorais do PT.

Este é um novo motivo mais do que suficiente para pedir o impeachment de Dilma Rousseff, principalmente se dinheiro de corrupção da Petrobras foi usado na última campanha eleitoral de Dilma, que aconteceu em 2014. Vaccari não foi o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014. No entanto, se dinheiro de corrupção financiou a campanha de Dilma em 2010, devem existir elementos que amparem a acusação de que a mesma coisa aconteceu em 2014, isso me parece óbvio dentro de como funciona e é direcionada a Operação Lava Jato.

A justiça está dizendo que o PT financiava as campanhas eleitorais, inclusive as de Dilma, com dinheiro de estatais desviado pela corrupção. Isso é gravíssimo e fundamenta mais um pedido de impeachment, mesmo que a decisão condenatória de Moro não tenha ainda transitado em julgado, isto é, mesmo.que ainda caiba recurso contra a condenação. Isso é assim porque as esferas penal e político-administrativa, na qual é discutido o impeachment, são independentes. Para o impeachment, basta que os parlamentares considerem provado o uso de dinheiro de corrupção da Petrobras nas campanhas eleitorais de Dilma. Eles são os juízes do processo político de impeachment. São eles que condenam ou absolvem o presidente da república no processo de impeachment.

Para a abertura do processo de impeachment, basta a acusação e as provas, as quais podem ser as mesmas usadas no processo que condenou Vaccari. Se os deputados e senadores considerarem provado, como fez Moro, que dinheiro de corrupção do esquema da Petrobras foi usado para financiar a campanha de Dilma, o impeachment está consumado, uma vez que o mandato perde completamente a legitimidade. Ela seria obrigada a renunciar ou sofre impeachment. Não há como ficar no poder em tais condições, em hipótese alguma. Não adiantará Dilma dizer que não sabia do uso de propina em suas campanhas, se os parlamentares considerarem provado o uso de propina para financiar a campanha eleitoral, seja em 2010, seja em 2014, isso não faz qualquer diferença aqui. Nessas condições, renunciar passa a ser uma obrigação moral de Dilma. Caso não renuncie, comete crime de responsabilidade, pois tenta legitimar um mandato obtido por meio do uso de dinheiro de corrupção, o que é inaceitável para uma pessoa que ocupa o cargo de presidente da república.

E nem se diga que a contaminação da campanha de 2010 por dinheiro de corrupção, caso assim os parlamentares entendam, não é suficiente para impugnar a eleição de 2014. O simples fato de se defender este tipo de coisa é sumamente imoral. Ninguém pode defender eticamente a reeleição de Dilma trabalhando com a hipótese da eleição de 2010 ter sido ilegal. Só isso, defender esse tipo de coisa, ainda que em tese, é suficiente para pedir o impeachment, pois fica provado que a pessoa que ocupa a cadeira da presidência da república não reúne as condições morais exigidas para exercer o cargo.

Ou seja, não faz qualquer diferença para o pedido de impeachment, na hipótese aqui tratada, se o uso de dinheiro de corrupção da Petrobras aconteceu na eleição de 2010 ou em 2014. Em ambos os casos, o atual mandato de Dilma perde completamente a legitimidade. É uma tese que definitivamente compromete a reeleição de Dilma em 2014, caso se trabalhe com a hipótese de que o uso de dinheiro proveniente do esquema do Petrolão apenas foi usado na campanha eleitoral de Dilma de 2010.

Enfim, o motivo pelo qual o juiz federal Sérgio Moro condenou João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, uma vez encampado pelos parlamentares, é xeque-mate para o Governo Dilma. A única chance de Dilma se manter no poder, em relação à essa acusação de uso de dinheiro de corrupção em suas campanhas eleitorais, é negar que isso tenha acontecido. Será preciso defender que Sérgio Moro errou, por culpa ou dolo, ao considerar provado que o PT financiou as campanhas eleitorais de Dilma com dinheiro de corrupção do esquema do Petrolão. Não há outra alternativa.

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Até quando seremos reféns de golpistas?

O primeiro presidente eleito depois da ditadura militar sofreu um processo de impeachment e acabou renunciando ao mandato antes do término do julgamento no Senado Federal. E agora, eles querem repetir a dose com a primeira mulher a presidir este país, quem sabe aplicando efetivamente a pena de impeachment, já que ela disse que não renuncia. Eles querem o poder novamente.

Sou favorável a um contragolpe, na acepção da palavra. Sem alardes, discreto, mas potente e eficaz. Nada de ditadura nem de regimes de exceção, mas criação de novas práticas que persigam, enquadrem e detonem os movimentos golpistas e sabotadores da democracia. Não se pode tolerar mais que o status quo reacionário brasileiro tome de assalto a democracia e faça dela uma caricatura que não convence mais ninguém. Isso tem que ser implementado em todas as áreas de atuação, inclusive por meio do uso da força, se for necessário. Golpista, reacionário, anti-povo e anti-democracia não pode mais ter o direito de se criar neste país. Tem que ser esmagado, cerceado, marcado, perseguido desde o primeiro momento. Sou favorável a esse tipo de contragolpe, criando uma sociedade onde nunca mais sejamos reféns desse udenismo canalha e golpista.

Eu não aceito retrocesso e muito menos me sentir desrespeitado em meus direitos básicos de cidadão por causa de meia dúzia de canalhas que se acham acima dos outros. Eu não aceito. Se tem gente no governo ou na esquerda brasileira que aceita, aí é coisa da covardia histórica brasileira com a qual eu não compactuo.Se a Dilma quiser ficar no poder, é preciso endurecer o discurso e começar a praticar ações que realmente confrontem os golpistas. Qualquer coisa longe disso não será libertador. O que o país precisa é se libertar dos golpistas, de sua ideologia. É esse pensamento, o que eles defendem que vem atrasando o país desde sempre. O momento é ideal para acertar de vez essa conta histórica. Democracia não pode ser usurpada por pessoas que não têm o menor respeito por ela.

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O jornalismo brasileiro que se diz “de esquerda” pratica censura e tem culpa na crise política

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O jornalismo brasileiro autodeclarado “de esquerda” pratica censura, não respeita a liberdade de expressão, e tem responsabilidade ou culpa considerável na crise política pela qual ultrapassa o país. Ontem, tentei comentar no site da revista Carta Capital um texto intitulado “A direita mira longe“, assinado por Roberto Amaral, ex-presidente do PSB. Tive o post censurado. Ao que parece, ele chegou a ser publicado, mas depois foi removido da caixa de comentários da notícia. As provas da censura praticada pela Carta Capital estão nos três print screens acima.

No texto, Amaral afirmava a ideia, bastante senso comum e óbvia, de que a direita não quer apenas retirar Dilma Rousseff do poder. A direita brasileira, diz Amaral falando o óbvio, quer impedir uma eventual retomada progressista em 2018. Começa criticando o editorial da Folha de São Paulo, intitulado “Última Chance”, publicado no último dia 13/09/2015, que ele acredita ter surtido efeito, de uma hora para outra, nas fileiras do Governo Dilma, ao ponto de atribuir às medidas do referido governo anunciadas nesta semana, o caráter de consequências do editorial (!). Amaral finaliza o texto vaticinando que a crise e o conflito exigem uma união entre os progressistas e liberais, no que ele chama de “Frente”, uma alusão a um grupo do qual ele é um dos principais idealizadores, com o objetivo de defender dois pontos principais, quais sejam, “defesa do mandato da presidente Dilma e a mudança da política econômica, para para o peso do ‘ajuste’ se desloque dos assalariados para o capital financeiro” (sic).

O texto até passaria sem uma crítica sequer. Mas eu não vi dessa forma e, em meu comentário, passei a falar sobre algumas questões que sempre são colocadas de lado pelo jornalismo auto-declarado “de esquerda” deste país.

Comecei lembrando que esse Roberto Amaral (se é o ex-presidente do PSB, é irrelevante, não muda o meu argumento) foi o sujeito que disse, num artigo ingênuo e infantil em seu arroubo moralista despolitizado, que Lula agiu certo quando não quis ser ministro de Dilma. Estamos vendo o que isso causou. Lembrei que, depois que Dilma cair, esses “jornalistas” ingênuos de meia pataca vão assistir à prisão de Lula. O que eles irão dizer em suas infantilidades de meninos criados a leite com pera quando isso acontecer? Vão tirar Lula da prisão? Se derrubam uma presidenta, por que irão se intimidar em prender Lula, no bojo do movimento reacionário? Jornalistas, ou quem lhes faz às vezes, como Roberto Amaral, não sabem nada de política e nos ajudam a entender por que a esquerda brasileira sempre foi fraca, vacilante, titubeante, covarde, enfim, bunda mole. Nunca fizeram algo parecido com uma revolução, nunca nem tentaram por que não tem coragem para isso, despreendimento, iniciativa. Pensam como esse sujeito, ingenuamente moralista e longe da realidade. Prestam um desserviço à luta política de esquerda neste país com suas opiniões covardes e entreguistas, no sentido estritamente político do termo.

Continuei afirmando que o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” no Brasil é um dos maiores culpados pelo isolamento político do Governo Dilma, do PT etc. Esses jornalistas não souberam falar para um público diversificado, pois sempre se contentaram, em suas mediocridades, a pregar para um clubinho de convertidos. Não criaram empatia com o grande público, em sua arrogância, sectarismo e péssimo jornalismo. Em termos de credibilidade, ao contrário do que alguns dizem, são horríveis enquanto jornalistas. Não são tidos como imparciais e comprometidos eticamente com os fatos, para início de conversa. Ao contrário, exibem até incompetência para lidar com os fatos.

A parcialidade anti-ética de sinal contrário não os credencia para serem considerados jornalistas dotados de credibilidade, além do jornalismo contrafactual que praticam e que muda de opinião a todo o momento, pois coerência nunca foi o forte deles, vide o caso de Luis Nassif, que todo dia acorda com uma ideia nova que não vai nunca a lugar algum, em posts irritantemente professorais (“Para entender isso” ou “para entender aquilo”, como se seus leitores estivessem numa escolinha). Sem falar o jornalismo tergiversador do Diário do Centro do Mundo, de Paulo Nogueira, que muda de assunto, perde o foco, nunca se atém ao que deve ser discutido. Trata-se o sujeito em questão de um jornalista tagarela desatento, desconcentrado, que não se atém ao relevante.

Aliás, o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” no Brasil é apenas mais um reflexo do pior jornalismo do mundo, que é o brasileiro. Isso João Saldanha já dizia, há muitos anos.

Foram exatamente estas as palavras do meu comentário. Eu cheguei a comentar em meu perfil no Facebook dizendo que tinha quase certeza que o comentário seria censurado. Não deu outra: apesar de, ao que parece, ter chegado a ser publicado, ele logo foi removido pela moderação do site da Carta Capital. De fato, o meu comentário está atualmente com o status “removido” (ver print screen neste post). Antes, estava com o status “pendente”. Ou seja, não foi publicado ou, ao menos, teve a sua publicação removida. Esse é o jornalismo vagabundo brasileiro que se auto-declara de esquerda.

Como se observa, o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” neste país não respeita a liberdade de expressão e pratica censura explícita. Não sabe conviver com o contraditório. Os órgãos de imprensa que se dizem “de esquerda” no Brasil são muito piores do que os de direita quando o assunto é liberdade de expressão. Esse meu post, que teve a sua publicação removida, é uma prova disso. Eles são inimigos da liberdade de expressão. Mino Carta é um das maiores fraudes intelectuais, um dos maiores picaretas deste país. Sempre foi. Um italiano que até hoje, depois de décadas de Brasil, faz questão de manter o sotaque forçadamente italiano.

Não aceitaram a crítica e foram além: decidiram sumir com ela, impedir que os seus leitores tivessem acesso ao que eu escrevi. Isso não é democrático. O debate de ideias deve ser livre e incentivado. Como eu sempre digo, quem tem razão no debate não precisa censurar ou cercear a opinião discordante. A Carta Capital fez isso diante das minhas críticas. Impediu o debate e impediu a circulação das ideias. Um notório boicote ao contraditório. Isso porque não gostou do que eu escrevi sobre o auto-declarado jornalismo brasileiro “de esquerda”, um dos principais responsáveis pelo isolamento político do Governo Dilma e do PT.

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Eleitores de Dilma em vias de terem o voto cassado pela oposição

O pedido de impeachment assinado por Hélio Bicudo foi protocolado hoje na Câmara dos Deputados, entregue diretamente ao presidente Eduardo Cunha, quase onze meses depois do segundo turno das eleições de 2014. O que assusta e causa uma certa revolta é a apatia da maior parte dos eleitores que votaram em Dilma. O golpe sendo dado na maior cara de pau e a maior parte das pessoas que votaram em Dilma passiva, assistindo a tudo, como se fosse normal tudo isso. Tudo o que vinha sendo feito em termos de políticas públicas, todos os projetos governamentais dos ministérios, enfim, toda a linha que vinha sendo seguida corre o risco de virar um nada.

Qual a legitimidade disso, sem o endosso das urnas? E com base em quê, exatamente? Qual o crime de responsabilidade que cometeu Dilma Rousseff? Pedaladas fiscais? Uma coisa que todos os governos fizeram antes dela? Sequer um ato de Dilma praticado no mandato anterior pode legitimar o impeachment. É preciso que seja um ato deste mandato, iniciado em 2015. É preciso pressionar o Congresso Nacional para não embarcar nessa aventura golpista.

Na Câmara dos Deputados, eu tenho poucas dúvidas de que será aprovado o relatório do impeachment. No Senado Federal, no julgamento do pedido propriamente dito, aí eu acredito que Dilma tem mais chances de se manter no poder. O problema é que ela será afastada do poder já com a aprovação do pedido perante a Câmara dos Deputados. E com ela fora do poder, as coisas tendem a se acomodar numa direção, a do afastamento definitivo. Com ela afastada do poder, a tendência é vir uma caça às bruxas sem precedentes contra os partidos de esquerda, principalmente o PT, e principalmente Lula. Os movimentos sociais também sofrerão represálias, para o regozijo dos paneleiros golpistas. Esse é o cenário que se avizinha.

Exige-se dos eleitores que votaram em Dilma de forma consciente que se coloquem firmes contra essa iniciativa golpista. Os votos de vocês estão sendo flagrantemente cassados de forma anti-democrática, autoritária, passando por cima da soberania popular. Essa é a verdade. Não existe qualquer motivo válido para pedir o impeachment de Dilma Rousseff. O que existe é a não aceitação da derrota nas eleição de 2014 e a tomada do poder a pulso pelos golpistas da oposição e a escumalha paneleira que a apoia.

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Gilmar Mendes viola a presunção de inocência e emite juízo sobre processos pendentes de julgamento

Em sessão ocorrida ontem, 16/09/2015, durante o julgamento da ADI que discute se doações para campanhas eleitorais feitas por pessoas jurídicas devem ser consideradas inconstitucionais ou não, o Ministro do STF Gilmar Mendes causou perplexidade na comunidade jurídica brasileira ao se manifestar sobre fatos que ainda estão sob apuração em processos derivados da Operação Lava Jato e sequer foram ainda objeto de pronunciamento judicial.

O que o ministro Gilmar Mendes fez no trecho do julgamento da ADI disponibilizado no link abaixo, que tratava de decidir se doações eleitorais de empresas eram ou não constitucionais, é muito grave.

Ele simplesmente confessou que não tem o menor cuidado ao julgar os processos, principalmente se os processos forem de pessoas contra as quais ele possui diferenças políticas, a exemplo das que compõem o quadro do PT. Gilmar Mendes, num processo que discutia a validade de uma lei em tese perante a Constituição Federal, ou seja, num processo que não tinha partes nem lidava com fatos concretos, passou a tecer comentários sobre o Partido dos Trabalhadores (PT), afirmando expressamente, para todo mundo ouvir, que o PT recebeu propina disfarçada de doações para as suas campanhas eleitorais, propina esta que seria, segundo o ministro Gilmar Mendes, supostamente, recursos da Petrobras, pois as construtoras doavam com o dinheiro obtido com licitações superfaturadas e essas doações eram justamente a propina ao PT por ter permitido tudo isso. Esse assunto é objeto de discussão em processos derivados da Operação Lava Jato, isto é, diz respeito a outros processos, os quais não possuem relação com o processo da ADI que julga se doações eleitorais de empresas privadas são inconstitucionais.

Isso é grave por muitos motivos.

Primeiro, é grave porque, como eu disse na primeira vez que comentei o caso, um juiz não pode emitir juízo de valor sobre causa ainda pendente de julgamento, como ele fez.

Segundo, é grave, muito grave, porque Gilmar Mendes mostra que não é um ministro sério do STF. Ao contrário, é arbitrário e autoritário, ao ponto de presumir culpa da parte de um processo, mesmo quando não houve sequer condenação em primeira instância.

Eu considero isso gravíssimo e é motivo para pedir o impeachment dele, pois mostra que o ministro do STF Gilmar Mendes é parcial, tendencioso e considera as pessoas presumivelmente culpadas, o que é inadmissível para um ministro do STF, guardião de nossa Constituição (art. 102 da Constituição Federal), sendo a presunção de inocência um dos princípios positivados na Carta Política brasileira, consoante inciso LVII do art. 5º. Gilmar Mendes não tem a menor condição de ser ministro do STF e deve ser afastado do cargo o mais rápido possível. Ele é um mal a ser combatido na magistratura brasileira, uma vez que é contumaz na reiteração da nefasta prática de confundir o plenário do STF com palanque político-eleitoral.

É exigível de um ministro do STF que ele atue na função com imparcialidade, serenidade. Não foi o que vimos na sessão de ontem no STF quando o ministro Gilmar Mendes proferia o seu voto no julgamento da ADI que trata de doações eleitoras feitas por empresas privadas.

 Link para o vídeo: http://bit.ly/1Khv5no

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A blogosfera “progressista” que não soube falar para um público diversificado

A grande imprensa tanto fez que está em vias de conseguir derrubar Dilma Rousseff do poder, com a ajuda dos desonestos, dos ingênuos, alienados e inocentes úteis de sempre. Eu quero saber daqueles, dentre os apoiadores do Governo Dilma, que repetiam sempre que podiam: “se Dilma cair, esse país vai pegar fogo”. Dizem isso sobre a prisão de Lula também, a propósito. Isso normalmente significaria alguma coisa, mas não para um certo tipo de gente desmiolada.

A abertura do impeachment vai ser aprovada pela Câmara dos Deputados. Tudo indica isso. E não vai adiantar culpar apenas Eduardo Cunha. Ele pode ter culpa, mas não será o único. A verdade é que isso está prestes a acontecer e nada indica que o país vai pegar fogo mais do que a labareda que sempre foi. É o resultado de ficar se guiando por uma blogosfera que manipula tanto quanto a grande imprensa: Perde-se o contato com a realidade, vira-se manada tanto quanto aqueles que se critica. Jornalistas sem compromisso com os fatos, exercendo, megalomaniacamente, com ajuda de verbas públicas federais, o pendor para a vaidade delirante por meio de opiniões sem qualquer fundamento e contaminadas por desvios de conduta pessoais, expressos em ataques pessoais rancorosos e não menos canalhas.

Muitos auto-declarados progressistas passaram os últimos anos rebatendo a grande imprensa, o que só pode ser feito pautando-se por ela. A culpa disso é total da blogosfera, que não criou a sua própria pauta, seja por falta de estrutura de uma órgão de imprensa profissional e sério, seja porque este nunca foi o objetivo.

O fim do Governo do PT tende a ser também o fim desse tipo de jornalismo amador e equivocado em sua forma de atuação megalomaníaca, apressada na tentativa de fazer frente à grande imprensa, quando todo um trabalho de criação de um público diversificado deveria ser feito antes e não apenas agir como um clubinho para convertidos, totalmente refratários, em seu sectarismo incivilizado, a convencer as pessoas democraticamente em relação a qual a melhor opção, que a grande imprensa estava errada, que os interesses por trás das críticas são nefastos etc. Tudo isso consequência de amadorismo e megalomania desvairada.

Tiveram tempo, treze anos, e dinheiro para criar uma imprensa verdadeiramente alternativa, independente e séria, profissional, que sabe fazer jornalismo capaz de formar opinião. Não souberam fazer nada disso, desperdiçaram tempo e dinheiro, consequência de mentes superadas, fora de sintonia com o mundo contemporâneo, vindos de outros tempos, inclusive egressos…da grande imprensa. Faltou pragmatismo, busca de resultados, pensar estrategicamente. O resultado é que nunca formaram opinião junto ao grande público, pois não agiram como um órgão de imprensa genuíno e original deve agir. Não sabem como fazer isso sem repetir velhas fórmulas e massageando egos gigantescos. Não possuem a competência necessária para isso, para além do amadorismo jornalístico distante dos fatos.

Opinião politicamente interessada, tendenciosa, não basta para fazer jornalismo formador de opinião direcionado a um público diversificado. É preciso ter técnica, talento, capacidade de dialogar em várias frentes. Não sei como foram capazes de levar uma ideia tresloucada dessas adiante até os últimos momentos. Vão agonizar, sangrar, tanto quanto o Governo que um dia juraram defender. A torneira dos recursos federais vai fechar. E aí o resultado será o ostracismo total.

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Dilma virou o “boi de piranha” da nação

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Dilma Rousseff virou o “boi de piranha” da nação. Ninguém acha mais que existem prefeitos, governadores. Nada. Todo mundo só acha que existe a presidentA da república. E todos os problemas do país são culpa e responsabilidade dela. Esqueçam do prefeito ladrão, do governador corrupto, incompetente. Esqueçam dos secretários municipais e estaduais em suas inoperâncias e desmandos.

Esqueçam também das Câmaras de Vereadores, antros de corruptos, e das Assembleias Legislativas, que não ficam atrás. Esqueçam dos cabides de emprego nos Estados e Municípios, os órgãos criados nestas esferas para garantirem renda para os apaniguados do poder, sem que nenhum serviço público relevante e efetivo seja fornecido para os cidadãos. Esqueçam do Congresso Nacional e todos os parlamentares retrógrados, corruptos, acusados dos mais variados crimes e ilegalidades e cujos interesses que eles defendem passam longe dos interesses do povo.

Esqueçam do pior poder da república, o mais elitista e reacionário, anti-popular, que é o Poder Judiciário, praticamente colapsado, ineficiente, moroso, também contaminado pela corrupção, lotado de pessoas que se recusam a cumprir suas obrigações, que fornece um péssimo serviço público, em muitos casos incapaz de aplicar a lei, a Constituição Federal, enfim, de distribuir justiça com alguma dignidade, que protege os mais fortes e oprime o mais fraco, de forma criminosamente condescendente com a injustiça.

Esqueçam de tudo isso e culpem apenas Dilma Rousseff. Ela será o “boi de piranha” da nação, com uma diferença substancial: o “boi de piranha” tradicional é sacrificado para que a boiada passe sã e salva pelo rio infestado de piranhas. No caso, a “boiada” que será salva pelo sacrifício de Dilma será aquela composta por todos os políticos ou detentores de cargos públicos que fazem muito mais mal à nação do que ela um dia fez. Num país sério e verdadeiramente comprometido com o bem comum, essa “boiada” não merecia ser salva e muito menos Dilma poderia ser o “boi de piranha” da vez.

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O indisfarçável ataque ao Nordeste do jornalismo “conversa de botequim”

O jornalista Luis Nassif, natural de Poços de Caldas e que fez carreira em São Paulo, escreveu um post na seção Luis Nassif Online do Jornal GGN, site de sua propriedade, atacando, de forma inequivocamente preconceituosa e discriminatória, passível, a depender da interpretação, de ser considerada racista, ainda que de forma velada, o diretor presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, num artigo intitulado “Flávio Rocha, o pobre homem rico da Riachuelo”.

Sob a desculpa de criticar o empresário pelo fato dele, ao “ousar” analisar a “matriz econômica” do Governo Dilma, ter declarado que preferia um impeachment rápido a ter que enfrentar três anos de um governo inerte, como o de Dilma Rousseff, algo nessa linha, Luis Nassif usou, de forma possivelmente ilícita, o fato do dono da Riachuelo ser do Nordeste para destilar um preconceito rasteiro e não menos lamentável em sua falta de escrúpulos. Para ele, o “nordestino” (sic) dono da Riachuelo não tem o direito de falar isso porque é do Nordeste, a região que supostamente mais teria se beneficiado com os programas sociais implementados pelos Governos do PT, fato que teria favorecido a Riachuelo, uma empresa que vende, segundo ele reforçou, para pessoas de baixa renda e que está longe de ter como público consumidor a elite do país. Em contraponto às críticas ao perfil empresarial do “nordestino” Flávio Rocha, Nassif cita como exemplos Jorge Gerdau e Jorge Paulo Lehman e seus sócios, cujo grupo empresarial foi recentemente objeto de uma matéria da BBC Brasil que ligava uma de suas fundações ao movimento golpista “Vem pra Rua”, como se pode ler num post que eu escrevi em meu antigo blog, intitulado “O novo ramo do mercado: a indústria do golpe”.

Não bastasse ter praticamente dito, ainda que por outras palavras, que todos os habitantes do Nordeste, não importa aqui se é rico ou pobre, não têm o direito de criticar o Governo Dilma por causa dos programas sociais, o que só reforça as críticas da direita reacionária brasileira de que os programas sociais são usados como verdadeiras chantagens moral e política (“quem você pensa que é para não apoiar o Governo do PT? Um pobretão do Nordeste que vive de programas sociais, ora”) e compras de votos, afinal, ninguém do Nordeste tem nem mais o direito de criticar o governo por causa disso, Nassif acusa o dono da Riachuelo de ter “vergonha” de ser do Nordeste, num texto ignominioso onde fica claro o desvio de conduta do jornalista que Diogo Mainardi, certa feita, chamou de “banana” numa coluna da revista VEJA e chegou a ser processado por isso. Certamente o ataque ao Nordeste registrado no texto, ainda que sob a desculpa de atacar o perfil do dono da Riachuelo, não é coisa de “banana”, mas, do ponto de vista ético, é extremamente lamentável.

Afinal, por que alguém acharia que um empresário do Nordeste tem “vergonha” de ser oriundo do Nordeste? Evidentemente está, ainda que indiretamente, atribuindo qualidades negativas ao fato de se ter nascido no Nordeste, ao ponto de supor que o empresário Flávio Rocha teria “vergonha” de ser chamado de “nordestino” pelos “colegas” do Sudeste. Em outras palavras, a percepção social que ele tem do que as pessoas acham sobre o que significa ser do Nordeste é tão ruim que ele é capaz de supor que alguém, mesmo um empresário bem sucedido como Flávio Rocha, teria “vergonha” disso. Inacreditável e não menos constrangedor que um jornalista, que se arroga na posição de formador de opinião, escreva algo desse nível como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Pelo texto, parece algo que teve que ser cavado para atacar pessoalmente o empresário Flávio Rocha. Como não podia atacar o empresário enquanto tal, afinal, como o próprio Nassif fez questão de registrar, trata-se de um “homem muito rico”, bem sucedido, lançou-se mão do puro e simples ataque pessoal valendo-se da região onde ele nasceu, o Nordeste, mais precisamente no estado do Rio Grande do Norte. É para acender o sinal de alerta de todos os empresários bem sucedidos do Nordeste, considerando que, se o jornalista Luis Nassif não gostar do que eles declararem em alguma entrevista, ele estará disposto a lembrá-los de que eles são do Nordeste e do quanto eles sentem “vergonha” disso.

A linha do ataque baixo proferido contra o dono da Riachuelo é a de desmerecê-lo por ele não ter a suposta sofisticação nem a origem necessária para bancar uma de membro da elite brasileira. Afinal, para isso, defende o deslumbrado Luis Nassif, oriundo da conservadora sociedade mineira, mais especificamente da interiorana Poços de Caldas, é preciso, no mínimo, não ser do Nordeste e vender para pessoas ricas e “sofisticadas”, o que não é o caso da Riachuelo. Se o dono da Riachuelo ao menos fosse do sudeste e realmente fosse uma pessoa que empreendesse para pessoas ricas e “sofisticadas”, Nassif não falaria nada, conforme se depreende de suas palavras e do perfil injustificadamente esnobe que ele ostenta no texto, sendo ele o mero dono de um site “jornalístico” amador que vive de receber verbas públicas federais, salvo a existência de algum outro empreendimento igualmente desimportante (“Agência Dinheiro”?). Ou seja, Nassif atacou a condição de nascido no Nordeste do empresário, o que é, evidentemente, preconceituoso e discriminatório, não fazendo qualquer sentido imaginarmos esse tipo de referência a um empresário que tivesse nascido no Sudeste, como o texto deixou muito claro. O simples fato de ser do Nordeste desautoriza o empresário em sua crítica, na opinião de Nassif.

Não é a primeira vez que Nassif, o jornalista sem público, como outrora, age dessa forma contra o Nordeste e contra quem o oriundo da provinciana Poços de Caldas acha que não merece respeito. Certa feita, ele, que não tem qualquer importância no pensamento econômico brasileiro, de qualquer ponto de vista que se analise, sendo um mero jornalista que escreve muito mal sobre economia, num texto intitulado “O dia em que Alexandre Quem? julgou ter demolido Celso Furtado“, escreveu expressamente que o principal economista que integrava o grupo de Eduardo Campos, Alexandre Rands, que era inclusive irmão do deputado Maurício Rands, não tinha estofo para criticar Celso Furtado, o economista e intelectual brasileiro renomado que era inclusive natural de Pombal, no sertão da Paraíba, e chegou a estudar em Recife antes de se mudar para o Rio de Janeiro com a família, como havia feito por meio de uma crítica que, em verdade, se dirigia muito mais aos centros acadêmicos paulistas que viviam eternamente estudando os mesmos autores, a exemplo da Unicamp, justificando a sua censura ao economista pernambucano porque ele simplesmente era de Pernambuco e nunca tinha saído de Pernambuco, ninguém o conhecia fora do Estado, algo nessa linha. Um argumento nitidamente falacioso, que usa de recursos como ataque ad hominem, falácia ad populum e falácia do apelo à autoridade para desmerecer a crítica, que deve ser analisada apenas e exclusivamente pelo teor das ideias que veicula, descartados outros fatores. Enfim, puro preconceito e discriminação, tão ao gosto dele, como já ficou claro em inúmeros textos de sua autoria.

Eu inclusive cheguei a comentar esse post indicando o equívoco da crítica, tendo argumentado na ocasião o seguinte:

“O pernambucano Alexandre Rands tem o direito de criticar as ideias de quem ele achar que deve, independentemente de quem sejam as ideias.

Esse direito não passa por ele ser de Pernambuco nem o fato de ser de Pernambuco invalida a crítica. Não me consta que para criticar as ideias de alguém neste mundo o crítico tem que ser, necessariamente, de algum lugar previamente escolhido.

Sobre nunca ter saído de Pernambuco, se for verdade, não significa nada, não é um demérito. Não sei onde está escrito que alguém de Pernambuco tem que buscar reconhecimento em algum outro lugar.

Com ou sem cerimônia, o que importa é se as críticas de Rands são ou não válidas, são ou não procedentes. Só isso importa discutir.

(…)”

Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/o-dia-em-que-alexandre-quem-julgou-ter-demolido-celso-furtado

Nassif tem se notabilizado por opiniões que deixam transparecer um inconformismo com a sua posição de jornalista que perdeu importância, se é que um dia a teve. Uma das últimas dele foi defender, num artigo intitulado “A hipocrisia da punição aos ginastas que brincaram com o colega”, no pior estilo “conversa de botequim”, o racismo dos três ginastas brasileiros que atacaram um companheiro ginasta negro e filmaram, colocando o vídeo na Internet. Os três ginastas brasileiros chegaram, depois da repercussão que o caso obteve nas redes sociais, a filmar um vídeo pedindo desculpas ao ginasta negro. Nassif defendeu veementemente os três ginastas que fizeram piadas racistas contra o colega de treinamento, buscando diminuir a importância do caso. Para ele, o vídeo que circulou nas redes sociais sobre o caso foi editado e não mostrou uma parte em que os três ginastas brancos abraçam e dizem que amam o ginasta negro, que estava chorando neste momento. Segundo o jornalista de Poços de Caldas, advogando sem procuração em favor do racismo dos três ginastas, o que houve no caso foi um “injusto linchamento moral”, pois tudo não passou de uma mera “brincadeira”.

Quer dizer, ele defendeu que o racismo expresso dos três ginastas brasileiros não devia ser censurado porque foi apenas uma “brincadeira” e a reação que se seguiu foi “exagerada”, coisa do mundo politicamente correto em que vivemos, muitas vezes “insensível” e “sensacionalista”. Um dos argumentos dele, apresentado em outro texto sobre o caso, intitulado “Considerações sobre a face benevolente do racismo“, no pior estilo “conversa de botequim” anteriormente citado, de fazer vergonha alheia, era o de que agora ele não poderia chamar um certo Almeida de um botequim que ele frequenta de “negão” e essa pessoa não poderia retrucar dizendo que, “quando tomasse o poder, mandaria-o de volta para o Líbano em um navio branqueiro”. Impressionante a falta de proporção dos exemplos e a falta de percepção acerca do dolo existente no vídeo dos três ginastas, que fizeram piadas com a intenção de diminuir, de magoar o ginasta negro. Nassif desconsidera os sentimentos da vítima e desconsidera que os próprios três ginastas pediram desculpas ao ginasta negro, em outro vídeo, especialmente filmado para fazer isso depois da repercussão negativa que a conduta deles recebeu nas redes sociais.

Lembro de um outro episódio, dessa vez envolvendo um leitor/internauta de sobrenome Assis Ribeiro, natural ou residente em Salvador, que até deixou de comentar os posts na seção do Jornal GGN chamada Luis Nassif Online depois do que aconteceu. Nassif, escrevendo como um autêntico jornalista frustrado, não gostou de uma critica que Assis Ribeiro fez e disse, em resposta, que ele conhecia políticos e autoridades de falar e estar com eles pessoalmente e não de vê-los em cima de um trio elétrico no carnaval de Salvador, afirmação feita com a nítida intenção de diminuir o leitor que teve a “audácia” de criticá-lo sendo de Salvador. Assim como quem criticou a academia paulista que insiste tediosamente em estudar autores como Celso Furtado não pode ser um economista de Pernambuco, Nassif, o jornalista sem público, só aceita criticas de pessoas com as quais ele se mede. Ao defender esse tipo de pensamento, transparece o perfil recalcado, veiculador de preconceitos e discriminações, de um jornalista menor que termina tendo a importância e o alcance das mesas de bar onde meia dúzia de pessoas o vêem tocar musicas de compositores consagrados da música brasileira. Só resta usar como desculpa a alegação de escrever textos discriminatórios e preconceituosos, estupidamente falaciosos, nos intervalos entre um aperitivo e outro nos “botecos” da vida. Pelo menos o jornalismo “conversa de botequim” deixará de ser levado a sério e pode usar isso em sua defesa nos eventuais processos judiciais que tiver que responder, similarmente ao que fez a defesa de Danilo Gentili na ação que o Instituto Lula moveu contra ele.

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