Arquivo da categoria: Vídeos

The Chills, clássica banda de rock independente da Nova Zelândia

Texto de minha autoria publicado originalmente em 13/03/2015 no site do Jornal GGN.

The Chills, clássica banda de rock independente da Nova Zelândia

sex, 13/03/2015 – 15:50
Atualizado em 13/03/2015 – 15:56

Enviado por Alessandre de Argolo

The Chills, clássica banda de rock independente da Nova Zelândia

Aí é banda. Direto da Nova Zelândia, The Chills, expoentes de um tipo de som que ficou conhecido como Dunedin Sound, um tipo de estilo de rock independente criado no sudeste da Nova Zelândia, no início dos anos 80, mais precisamente por estudantes da universidade de Dunedin:

Boa parte das pessoas tem um Mr. Hyde escondido dentro de si (às vezes ele fica lá, adormecido, mas pode ser despertado), personagem do clássico romance de Robert Louis Stevenson, chamado “Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde” ( no Brasil, “O Médico e o Monstro”). É o tema da excelente canção do The Chills chamada “The Male Monster from the ID”:

Deixe um comentário

Arquivado em Música, Vídeos

O clássico vídeo da clássica canção “Everyday Is Like Sunday”, de Morrissey

Segue post de minha autoria publicado originalmente em meu blog anterior no site do Jornal GGN, na data de 09/09/2014 e atualizado em 29/10/2014.

O clássico vídeo da clássica canção “Everyday Is Like Sunday”, de Morrissey

Everyday Is Like Sunday” é uma das músicas mais conhecidas da carreira solo de Morrissey, ex-vocalista da banda inglesa The Smiths, que fez história nos anos 80. A letra foi inspirada no romance On The Beach, que trata de um grupo de pessoas que esperam o armagedon (hecatombe nuclear) na cidade australiana de Melbourne. É uma clássica canção de Morrissey, com ótima melodia e uma letra interessante, como habitual, composta em parceria com o guitarrista e produtor Stephen Street, com quem ele já tinha trabalhado na fase do The Smiths.
O vídeo tem um interesse à parte, pois conta com imagens rápidas de um famoso filme inglês de 1972, chamado “Carry On Abroad”, e com cenas da cidade inglesa de Southend-on-Sea, especialmente do lugar chamado Westcliff-on-Sea.

Southend-on-Sea é um tipo de cidade que os ingleses costumam chamar de “seaside resort” ou “seaside town”, que significa uma cidade onde a economia e a cultura local giram em torno do litoral, tornando-a atrativa para férias, viagens etc. Maceió, por exemplo, neste sentido, seria algo de longe parecido com uma “seaside resort“, mas nem tanto, pois a ênfase cultural e econômica é somente em parte vinculada ao litoral. Uma “beach resort” seria uma cidade cujo foco turístico fosse primariamente as praias. Neste sentido, Maceió poderia ser considerada uma beach resort, mas com ressalvas, porque é uma cidade com cerca de um milhão de habitantes e onde existe uma variedade maior de aspectos culturais e econômicos. Do ponto de vista turístico, sem dúvida que as praias são o maior atrativo, o que torna Maceió, neste sentido, enquadrável no conceito de uma beach resort, sempre com ressalvas, pois, como dito, a ênfase ou dependência do aspecto praias é muito menor do que uma beach resort no sentido clássico da expressão e não há como se falar em esvaziamento da cidade nos períodos que não sejam de férias ou de alta temporada do turismo, clima que dá a tônica da simbologia usada em partes de “Everyday Is Like Sunday“.

O vídeo é estrelado por atrizes inglesas conhecidas do público inglês, como Cheryl Murray, que estrelou uma soap opera (novela) entre 1977 e 1979 e depois em 1983, chamada Coronation Street, Billie Whitelaw, outra atriz inglesa conhecida, que trabalhou com o dramaturgo irlandês Samuel Beckett por mais de 25 anos e é conhecida do grande público pelo papel da babá demoníaca de “A Profecia”, e com a então jovem atriz Lucette Henderson, que faz, no vídeo de “Everyday Is Like Sunday“, a fã dos Smiths/Morrissey.

Na camisa que Lucette Henderson usa no vídeo, pode-se ler a frase “i don’t eat my friends” (eu não “como” meus amigos), provavelmente uma referência ao vegetarianismo radical de Morrissey ou talvez à sua famosa e propalada, ainda que muitas vezes pouco convincente, assexualidade. Além disso, existem referências ao The Smiths, como as frases escritas por Lucette num cartão postal/pedaço de papel, “Meat is Murder” e “Cruelty Without Beauty”, que fazem referência a canções ou a álbuns da banda (Meat Is Murder é o nome do segundo álbum do The Smiths e também o nome de uma canção deles) e ao vegetarianismo radical de Morrissey.

Alguns, conforme explicou David Bret em seu livro “Morrissey: Scandal & Passion” (publicado pela primeira vez na Grã-Bretanha em 2004, pela Robson Books, Londres), acreditam que o vídeo seja baseado no filme “Jacques Brel Is Alive and Well and Live in Paris” em que Brel, compositor belga de origem francesa, autor da mundialmente famosa canção “Ne Me Quitte Pas“, aparece nas cenas em que outras pessoas interpretam suas canções.

Do primeiro álbum solo de Morrissey, “Viva Hate“, 1988 (eu tinha o vinil hehe, exatamente o que aparece em algumas cenas), segue o vídeo, absolutamente cool, da canção “Everyday Is Like Sunday” (também está presente na coletânea de Morrissey chamada “Bona Drag“, lançada em outubro de 1990), dirigido por Tim Broad:

Como bônus, segue a versão de “Everyday Is Like Sunday” gravada pela banda inglesa The Pretenders, liderada pela grande cantora e compositora americana, radicada na Inglaterra, Chrissie Hynde:

Deixe um comentário

Arquivado em Música, Vídeos

“Tom Boy”, dos holandeses do Bettie Serveert

Segue post de minha autoria publicado originalmente em meu blog anterior no site do Jornal GGN, na data de 13/09/2014.

“Tom Boy”, dos holandeses do Bettie Serveert

O rock holandês é de grande qualidade. Grandes bandas, que muitas vezes se colocam no mesmo nível de qualidade das bandas americanas e britânicas que dominam o mercado mundial do rock. Um bom exemplo disso é a banda Bettie Serveert, liderada pela guitarrista, vocalista e autora da maioria das músicas, a bela Carol Van Dijk, nascida no Canadá, na cidade de Vancouver, filha de pais holandeses e cuja primeira língua é o inglês. Carol se mudou para Amsterdam, Holanda, quando criança, ao sete anos de idade, em 1969. Já nos anos 80, montou a Beetie Serveert, cujo nome faz referência ao título homônimo de um livro instrutório de uma tenista holandesa conhecida no anos 70, Betty Stöve, que chegou a ser finalista de Wimbledon em 1977 no torneio individual feminino, além de vencer outros importantes torneios do circuito mundial. O nome do livro, em holandês, é justamente Bettie Serveert, que se traduz como “Betty serve”, uma referência ao “serviço” no tênis, que é o saque inicial que coloca a bola em jogo.

A banda começou a ser notada no cenário do rock alternativo mundial no início dos anos 90, mais precisamente em 1992, com o lançamento do álbum Palomine, début comercial oficial da banda. As críticas especializadas americana e britânica da época (New Musical Express, Spin, San Francisco Bay Guardian, The Rocket – jornal de música gratuito que circulava na costa noroeste dos EUA), no auge da popularidade dos sons alternativos aberta definitivamente pelo sucesso do Nirvana junto ao grande público, foram só elogios ao som da banda holandesa. Muitos elogiaram não só a voz de Carol, como a letra e a sonoridade da banda, com destaque para a comparação do guitarrista, Peter Visser, com uma espécie de “jovem” e “antigo Neil Young”.

A sonoridade da banda, como escreveu John Cigarretes do New Musical Express, o famoso semanário inglês sobre rock, era uma fusão de elementos do rock underground americano do fim dos anos 60, new wave, o grunge então em voga, tudo isso dotado de uma peculiar qualidade melódica em que a voz de Carol, com o seu jeito de cantar “conversado”, fazia toda a diferença.  As letras de Carol, segundo a própria, permitiriam uma interpretação pessoal, sem sentido definido ou enclausurado numa linha única de interpretação. As músicas são todas elas cantadas em inglês, com o incomum sotaque de Carol, uma mistura dos sotaques canadense e holandês, superpostos, o que chamava a atenção dos americanos e ingleses.

As influências da banda são as mais variadas. Neil Young, Lou Reed, Elvis Costello são referências óbvias para os vocais de Carol, passando musicalmente por The Beatles, The Who, Lemonheads, Dinosaur Jr., The Byrds, The Velvet Underground, Captain Beefheart, The Beach Boys, Sonic Youth, Sebadoh e Fugazi. Mas a cultura holandesa tornou o som do Bettie Serveert inclassificável pelos críticos americanos, segredo do apelo que eles obtiveram na cena americana.

Enfim, o Bettie Serveert fez história e até hoje continua em atividade, com uma carreira que data desde o longínquo ano de 1990. A banda já lançou nove álbuns de estúdio e conseguiu superar o árduo teste de uma estreia de tanto sucesso como foi Palomine, em 1992, ao menos entre um público seleto e para a crítica especializada. Ou seja, a banda manteve a qualidade e foi além, em todos esses anos.

  • Segue o vídeo oficial de um dos clássicos da banda, seguramente uma das canções mais legais do indie rock de todos os tempos, um verdadeiro clássico instantâneo com o seu tom nostálgico, “Tom Boy“, faixa de Palomine, que costumava passar no extinto programa da MTV brasileira dos anos 90, apresentado pelo Fabio Massari, “Lado B”, programa que ia ao ar nas noites de domingo, às 22 hs:

Deixe um comentário

Arquivado em Música, Vídeos

Cuyahoga e os “Holocaustos” que não recebem a atenção devida

Segue post de minha autoria publicado originalmente em meu blog anterior no site do Jornal GGN, na data de 19/02/2014.

Cuyahoga e os “Holocaustos” que não recebem a atenção devida

Por Alessandre de Argolo

O último álbum da fase estritamente “college radio” do R.E.M. é o “Lifes Rich Pageant”, de 1986, que chega a ser tão bom quanto o “Reckoning”, de 1984.

Desse álbum, que é todo bom, uma das melhores canções é “Cuyahoga”, que é o nome do Rio localizado no nordeste de Ohio na língua dos povos que originalmente habitaram os EUA (especificamente a “Iroquoian language“), antes da chegada dos europeus, povos que alguns chamam de “índios”. Na língua Iroquois, Cuyahoga seria “rio sinuoso” ou “rio torto”, devido à grande quantidade de curvas que ele apresenta em seu leito.

Os Cherokees falavam uma das duas subdivisões das línguas Iroquois (a “Southern Iroquoian“), que ficava territorialmente mais ao sudeste, numa das regiões que formaram a primeira grande nação linguística dos EUA (Os Cherokees habitavam o Estado da Georgia e cercanias). A maior das regiões que falavam as línguas Iroquois ficava na divisa com o Canadá, perto da região dos Grandes Lagos (o Rio Cuyahoga deságua num dos lagos, o quarto maior dos Grandes Lagos, o Lake Erie).

A outra subdivisão linguística era justamente a “Northern Iroquoian”. Os Cherokees migraram para o sudeste dos EUA justamente a partir da região dos Grandes Lagos e terminaram criando uma espécie de dialeto, uma subdivisão da língua original, falada na região da Georgia (principalmente, mas também na Carolina do Norte, Carolina do Sul e leste do Tennessee).
Voltando à música, poucas bandas no mundo têm o talento, a criatividade e a força artística dos americanos da Georgia que formaram o R.E.M., sem dúvida alguma uma das melhores bandas de todos os tempos.

A canção, claro, é uma homenagem aos povos indígenas da América do Norte, com uma visão crítica da colonização. Mas desse verdadeiro “Holocausto”, quase ninguém quer saber. A mesma coisa poderia ser dita do que aconteceu na América Latina (especialmente na América do Sul). O mundo continua sendo injusto e hipócrita.

Cuyahoga

Let’s put our heads together and start a new country up
Our fathers fathers father tried, erased the parts he didn’t like
Let’s try to fill it in, bank the quarry river, swim
We knee-skinned it you and me, we knee-skinned that river red
This is where we walked, this is where we swam
Take a picture here, take a souvenir

This land is the land of ours, this river runs red over it
We knee-skinned it you and me, we knee-skinned that river red
And we gathered up our friends, bank the quarry river, swim
We knee-skinned it you and me, underneath the river bed
This is where we walked, this is where we swam
Take a picture here, take a souvenir

Cuyahoga
Cuyahoga, gone

Let’s put our heads together, start a new country up,
Underneath the river bed we burned the river down
This is where they walked, swam, hunted, danced and sang,
Take a picture here, take a souvenir

Cuyahoga
Cuyahoga, gone

Rewrite the book and rule the pages, saving face, secured in faith, bury, burn the waste
Behind you

This land is the land of ours, this river runs red over it
We are not your allies, we can not defend
This is where they walked, this is where they swam
Take a picture here, take a souvenir

Cuyahoga
Cuyahoga, gone
Cuyahoga
Cuyahoga, gone.

Deixe um comentário

Arquivado em Música, Vídeos

A poderosa canção autobiográfica do Tears For Fears

Segue post de minha autoria publicado originalmente em meu blog anterior no site do Jornal GGN, na data de 06/06/2014.

A poderosa canção autobiográfica do Tears For Fears

Por Alessandre de Argolo

Aí é som.

O inglês de origem catalã, Roland Orzabal, é talentoso pra caramba. A música “Woman in Chains” (1989, do álbum “Seeds of Love”), claro, tem como tema a violência contra a mulher.

Orzabal compôs a canção baseado na história de vida de sua mãe, uma dançarina inglesa que se casou com um músico descendente de espanhóis (catalães) e argentinos, nascido em Paris, que, ao que parece, sofria constantes agressões do pai de Orzabal.

No auge do sucesso do Tears For Fears, com Orzabal gozando de grande prestígio na cena musical da Inglaterra, a imprensa inglesa dedicou inúmeras reportagens para falar da relação conturbada entre ele e seu pai.

“Woman in Chains” conta com a participação da grande cantora Oleta Adams, então desconhecida, e, ao que parece, com a participação do genial Phil Collins na bateria.

Clássico do fim dos anos oitenta.

Deixe um comentário

Arquivado em Música, Vídeos