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O jornalismo brasileiro que se diz “de esquerda” pratica censura e tem culpa na crise política

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O jornalismo brasileiro autodeclarado “de esquerda” pratica censura, não respeita a liberdade de expressão, e tem responsabilidade ou culpa considerável na crise política pela qual ultrapassa o país. Ontem, tentei comentar no site da revista Carta Capital um texto intitulado “A direita mira longe“, assinado por Roberto Amaral, ex-presidente do PSB. Tive o post censurado. Ao que parece, ele chegou a ser publicado, mas depois foi removido da caixa de comentários da notícia. As provas da censura praticada pela Carta Capital estão nos três print screens acima.

No texto, Amaral afirmava a ideia, bastante senso comum e óbvia, de que a direita não quer apenas retirar Dilma Rousseff do poder. A direita brasileira, diz Amaral falando o óbvio, quer impedir uma eventual retomada progressista em 2018. Começa criticando o editorial da Folha de São Paulo, intitulado “Última Chance”, publicado no último dia 13/09/2015, que ele acredita ter surtido efeito, de uma hora para outra, nas fileiras do Governo Dilma, ao ponto de atribuir às medidas do referido governo anunciadas nesta semana, o caráter de consequências do editorial (!). Amaral finaliza o texto vaticinando que a crise e o conflito exigem uma união entre os progressistas e liberais, no que ele chama de “Frente”, uma alusão a um grupo do qual ele é um dos principais idealizadores, com o objetivo de defender dois pontos principais, quais sejam, “defesa do mandato da presidente Dilma e a mudança da política econômica, para para o peso do ‘ajuste’ se desloque dos assalariados para o capital financeiro” (sic).

O texto até passaria sem uma crítica sequer. Mas eu não vi dessa forma e, em meu comentário, passei a falar sobre algumas questões que sempre são colocadas de lado pelo jornalismo auto-declarado “de esquerda” deste país.

Comecei lembrando que esse Roberto Amaral (se é o ex-presidente do PSB, é irrelevante, não muda o meu argumento) foi o sujeito que disse, num artigo ingênuo e infantil em seu arroubo moralista despolitizado, que Lula agiu certo quando não quis ser ministro de Dilma. Estamos vendo o que isso causou. Lembrei que, depois que Dilma cair, esses “jornalistas” ingênuos de meia pataca vão assistir à prisão de Lula. O que eles irão dizer em suas infantilidades de meninos criados a leite com pera quando isso acontecer? Vão tirar Lula da prisão? Se derrubam uma presidenta, por que irão se intimidar em prender Lula, no bojo do movimento reacionário? Jornalistas, ou quem lhes faz às vezes, como Roberto Amaral, não sabem nada de política e nos ajudam a entender por que a esquerda brasileira sempre foi fraca, vacilante, titubeante, covarde, enfim, bunda mole. Nunca fizeram algo parecido com uma revolução, nunca nem tentaram por que não tem coragem para isso, despreendimento, iniciativa. Pensam como esse sujeito, ingenuamente moralista e longe da realidade. Prestam um desserviço à luta política de esquerda neste país com suas opiniões covardes e entreguistas, no sentido estritamente político do termo.

Continuei afirmando que o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” no Brasil é um dos maiores culpados pelo isolamento político do Governo Dilma, do PT etc. Esses jornalistas não souberam falar para um público diversificado, pois sempre se contentaram, em suas mediocridades, a pregar para um clubinho de convertidos. Não criaram empatia com o grande público, em sua arrogância, sectarismo e péssimo jornalismo. Em termos de credibilidade, ao contrário do que alguns dizem, são horríveis enquanto jornalistas. Não são tidos como imparciais e comprometidos eticamente com os fatos, para início de conversa. Ao contrário, exibem até incompetência para lidar com os fatos.

A parcialidade anti-ética de sinal contrário não os credencia para serem considerados jornalistas dotados de credibilidade, além do jornalismo contrafactual que praticam e que muda de opinião a todo o momento, pois coerência nunca foi o forte deles, vide o caso de Luis Nassif, que todo dia acorda com uma ideia nova que não vai nunca a lugar algum, em posts irritantemente professorais (“Para entender isso” ou “para entender aquilo”, como se seus leitores estivessem numa escolinha). Sem falar o jornalismo tergiversador do Diário do Centro do Mundo, de Paulo Nogueira, que muda de assunto, perde o foco, nunca se atém ao que deve ser discutido. Trata-se o sujeito em questão de um jornalista tagarela desatento, desconcentrado, que não se atém ao relevante.

Aliás, o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” no Brasil é apenas mais um reflexo do pior jornalismo do mundo, que é o brasileiro. Isso João Saldanha já dizia, há muitos anos.

Foram exatamente estas as palavras do meu comentário. Eu cheguei a comentar em meu perfil no Facebook dizendo que tinha quase certeza que o comentário seria censurado. Não deu outra: apesar de, ao que parece, ter chegado a ser publicado, ele logo foi removido pela moderação do site da Carta Capital. De fato, o meu comentário está atualmente com o status “removido” (ver print screen neste post). Antes, estava com o status “pendente”. Ou seja, não foi publicado ou, ao menos, teve a sua publicação removida. Esse é o jornalismo vagabundo brasileiro que se auto-declara de esquerda.

Como se observa, o jornalismo que se auto-declara “de esquerda” neste país não respeita a liberdade de expressão e pratica censura explícita. Não sabe conviver com o contraditório. Os órgãos de imprensa que se dizem “de esquerda” no Brasil são muito piores do que os de direita quando o assunto é liberdade de expressão. Esse meu post, que teve a sua publicação removida, é uma prova disso. Eles são inimigos da liberdade de expressão. Mino Carta é um das maiores fraudes intelectuais, um dos maiores picaretas deste país. Sempre foi. Um italiano que até hoje, depois de décadas de Brasil, faz questão de manter o sotaque forçadamente italiano.

Não aceitaram a crítica e foram além: decidiram sumir com ela, impedir que os seus leitores tivessem acesso ao que eu escrevi. Isso não é democrático. O debate de ideias deve ser livre e incentivado. Como eu sempre digo, quem tem razão no debate não precisa censurar ou cercear a opinião discordante. A Carta Capital fez isso diante das minhas críticas. Impediu o debate e impediu a circulação das ideias. Um notório boicote ao contraditório. Isso porque não gostou do que eu escrevi sobre o auto-declarado jornalismo brasileiro “de esquerda”, um dos principais responsáveis pelo isolamento político do Governo Dilma e do PT.

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