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Golpe que levou Temer ao poder é inócuo diante das ideias implementadas nos Governos Lula e Dilma

O golpe de estado vergonhoso que levou o Vice-Presidente da República, Michel Temer, ao poder, depois que o Senado Federal decidiu, na data de hoje, 12/05/2016, logo nas primeiras horas da manhã, abrir formalmente o processo de impeachment contra a Presidenta da República, Dilma Rousseff, está, de fato, fadado ao fracasso, acima de tudo por um motivo muito simples: os Governos do PT de Lula e Dilma implementaram uma revolução social, com vastos efeitos políticos e de conscientização sobre o que é ser excluído, quando tiraram 40 milhões de pessoas da miséria e da pobreza. Isso não desaparece de uma hora para outra, mesmo que as conquistas sociais sejam destruídas ou canceladas. Fica a ideia, fica a certeza de que a exclusão social é um mal. Isso obviamente gera efeitos políticos e eleitorais.

Essas pessoas votarão naqueles que defendem a inclusão social e o combate à desigualdade, bem como nos que defendem uma melhor distribuição de renda. Todos os beneficiados pelos Governos Lula e Dilma são plenamente conscientes disso, sem precisar me referir aos que naturalmente defendiam essas ideias por convicção política.

Logo, o que os golpistas terão que fazer para impedir que essa tentativa canhestra de golpe não dê em nada substancialmente importante em termos de conquista do poder, pois eles perdem nas urnas, é cassar em definitivo o direito do povo escolher os seus governantes, isto é, cassar o direito de votar, sob pena de terem uma passagem mais catastrófica e desmoralizante pelo poder do que se anuncia. Não adianta tirar Dilma Rousseff do poder por meio do golpe que o mundo todo presencia e abomina. Não há legitimidade no governo golpista de Michel Temer, pois não há respaldo popular obtido por meio de uma eleição livre e transparente, muito menos quando a ascensão ao poder se deu por meio de uma ruptura institucional que fez da Constituição Federal letra morta. O governo Michel Temer nasce ilegítimo e assim permanecerá, cada vez mais.

A verdade é que a ideia plantada por Lula e depois fortalecida por Dilma nos últimos 13 anos veio para ficar. É por isso que esse golpe de estado, se não vir apoiado num forte aparato repressor violento que não seja possível de ser enfrentado e derrotado, não vingará. As eleições de 2018 comprovarão isso. Mesmo que eles prendam Lula, o PT e outros partidos de esquerda possuem quadros que podem perfeitamente fazer o papel que ele faria nas eleições e, posteriormente, quando assumisse a Presidência da República, sendo o exemplo mais óbvio disso o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Os golpistas que hoje assumem o poder erraram grosseiramente quando viram no golpe de estado uma forma duradoura de se manterem no poder. A eles restará apenas a opção de apelarem, de uma vez por todas, para a ditadura autoritária e violenta. Só tem um problema com essa alternativa real: a história pode ser diferente da que foi em 1964, justamente por causa da revolução social levada a cabo por Lula e Dilma quando implementaram uma ideia que mudou a face social brasileira e da qual os beneficiados diretos e indiretos não aceitarão abrir mão.

Os golpistas até podem agora assumir o poder rasgando a Constituição Federal, mas o povo absorveu os valores mais nobres que nela constam. E ninguém lúcido e consciente abandonará nunca mais a ideia de um país verdadeiramente livre e para todos. O Brasil não perderá o bonde da história. Esse golpe anacrônico e sem cabimento no mundo contemporâneo são os últimos resquícios de uma elite carcomida, reacionária e conservadora, que se desespera diante da perda de espaço e de influência política. O povo historicamente oprimido deste país sabe perfeitamente bem identificar quem está do seu lado e os golpistas, ah, estes nunca estiveram ao lado do autêntico povo brasileiro.

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O sensacionalismo e a ignorância dos que não sabem o que é o fascismo

Eu vi dois vídeos que documentam o episódio que uma ala alarmista, sensacionalista e não séria da esquerda brasileira anda chamando de “fascismo”. Falo aqui do episódio que envolveu Eduardo Suplicy e Fernando Haddad, após sabatina realizada pela Rádio CBN numa loja da Livraria Cultura em São Paulo, onde eles foram recebidos por manifestantes que gritavam palavras de ordem e coisas do tipo (as pessoas gritavam coisas como “Suplicy, vergonha nacional!”, “Vergonha!, Vergonha!” ou entoavam canções de protesto contra petistas, tais como a já conhecida “a nossa bandeira jamais será vermelha” etc). Coloquei links abaixo para dois dos vídeos disponíveis no YouTube acerca do episódio.

Fui ver os vídeos, curioso, até pela chamada alarmista que alguns blogs fizeram sobre o assunto. Não vi fascismo nenhum. Vi um bando de brasileiros fora de forma (gordo, obeso, sobrepeso etc) agindo como conservadores tupiniquins bundas-moles.

O que o vídeo abaixo mostra não tem nada de fascismo, como alguns textos estão falando por aí na blogosfera, fazendo sensacionalismo tosco e politicamente desinformado. Isso é apenas a classe média reacionária brasileira, udenista, preconceituosa, se manifestando. Isso não é o fascismo ideológico, arraigado, de pessoas como Mussolini e tantos outros. É apenas a má educação brasileira, a falta de estilo, a incivilidade tupiniquim, a brutalidade, a grosseria do modo brasileiro de ser. As pessoas no Brasil, na média, principalmente quando se trata de discutir política, são assim, desclassificadas, barraqueiras, escandalosas, desequilibradas, não sabem respeitar o contraditório, quem pensa diferente.

Isso a esquerda brasileira também faz com os adversários políticos, é intolerante. Esse é o povo do Brasil, na média. O vídeo retrata as típicas questiúnculas de classe brasileiras, com a sempre presente falta de categoria, a típica maloqueiragem brasileira. O rico, o remediado, não gosta de pobre e quer oprimi-lo.

Na verdade, isso tem muito pouco a ver com o fascismo enquanto ideologia política. Esses caras que andam dizendo isso por aí não sabem o que é o fascismo. Pela intolerância com o adversário político, apenas analisando esse critério, a esquerda brasileira é muito mais fascista do que a direita brasileira. Até parece que a esquerda brasileira nunca vaiou ou xingou adversário político em algum lugar público. Ora, faça-me o favor.

Vídeo 1:

Vídeo 2:

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), em sua página no Facebook,  no seu já famoso estilo “comentarista de redes sociais”, foi outro que andou vociferando histericamente contra os imaginados “fascistas” brasileiros, a exemplo da psolista Celene, a mulher que aparece nos vídeos discutindo com Suplicy, exibindo uma voz rouca desequilibrada, típica de quem pode até ter um ataque cardíaco a qualquer momento e que, de fato, não tem o menor perfil para aquele tipo de confronto.

Ao contrário do que vaticina o deputado Jean Wyllys, do alto de seu tom alarmista, típico de quem gosta de aparecer para os holofotes, invariavelmente falando bobagem, não vejo, necessariamente, fascismo nenhum no que ela fez.

Jean Wyllys, que gosta tanto de desqualificar os outros em seus textos, de uma forma até grosseira e megalomaníaca, deveria aprimorar o nível de suas análises políticas, cada vez menos sofisticadas e sem nuances. Ninguém é fascista apenas por fazer o que a psolista Celene fez na Livraria Cultura em São Paulo. Ela pode ser uma alienada, “Maria vai com as outras”, uma desequilibrada ou mau caráter. Pode ate ser verdadeiramente fascista. Mas não é fascista apenas pelo que fez, necessariamente. Essa conclusão é falsa.

Jean Wyllys, mais uma vez, fala bobagem no seu estilo deslumbrado de quem acha que sabe mais do que os outros, mas apenas consegue mostrar o perfil do eterno provinciano da Bahia que de repente se tornou conhecido e tenta se mostrar “intelectualmente sábio” a todo custo, mesmo que seja comprometendo a verdade em afirmações absolutamente incorretas e até constrangedoras em sua forma tosca de se apresentar, sempre desqualificando os outros.

No mundo de Jean Wyllys, repleto de lugares comuns, que ele vende como “grandes sacadas”, todos os adversários políticos são “burros” e “despreparados intelectuais”, incapazes de saber o que ele sequer mostra que sabe direito, a exemplo do que significa ser verdadeiramente fascista. Neste quesito, Jean Wyllys mostrou ser apenas mais um típico esquerdista brasileiro para quem “fascista” é um xingamento que se usa para atacar alguém que age politicamente de uma forma da qual se discorda.

Em suma, Jean Wyllys é mais um esquerdista brasileiro que não sabe classificar corretamente quem é fascista. Tudo o que a esquerda brasileira, geralmente desinformada e sem rigor intelectual, diferentemente do que Wyllys pensa que ela é, escreve sobre isso, sobre Fascismo e coisas do tipo, é lixo intelectual, coisa de quinta categoria. Eles não sabem de nada sobre o assunto. O que brasileiros de esquerda escrevem sobre o fascismo é algo que só existe no Brasil. Eles não sabem o que verdadeiramente é o fascismo. Não fazem a mínima ideia.

Aliás, é até engraçado ver o comportamento moralista e demagógico de Jean Wyllys ao falar do Fascismo com tanto desprezo e abominação, como se o Fascismo não fosse apenas uma corrente política, como qualquer outra, a exemplo do Anarquismo, do Comunismo, do Socialismo, etc.

E é mais ainda curioso quando sabemos que ele mesmo já exibiu características tipicamente fascistas em sua atuação como deputado federal. No vídeo abaixo, é possível ver o deputado federal Jean Wyllys exibindo características tipicamente fascistas, como o autoritarismo, a intolerância ao contraditório e querendo cercear a liberdade de expressão alheia, tudo isso ao reagir de forma desproporcional contra a plateia que apenas riu quando ele disse que era “oposição ao Governo Dilma”. Para Jean Wyllys, ninguém pode discordar dele, nem que seja simplesmente rindo. Ele ameaça expulsar as pessoas do local.

Na Inglaterra, o primeiro ministro vai ao parlamento e é xingado, vaiado, confrontado, as pessoas riem sim na cara dele, do que ele fala etc. Em nenhum momento, ele age como o baiano Wyllys agiu no vídeo abaixo. Seria inimaginável ou inadmissível numa verdadeira democracia, como a britânica, coisa que Wyllys não sabe o que é. E um sujeito desses, incivilizado, arrogante que acha que pode ficar “lecionando” para as pessoas, se acha no direito de acusar os outros de fascistas. Isso é coisa de fraude política mesmo. Símbolo da esquerda atrasada brasileira, sempre incoerente, sempre casuísta, sempre antidemocrática e flertando com o fascismo, por mais que não saiba disso, em sua ignorância política. Com líderes desse naipe, a esquerda brasileira vai de mal a pior. Tudo ignorante, segundo time, tentando enganar os mais incautos e passando vergonha perante os que sabem minimamente das coisas. A arrogância tosca e ignorante de Wyllys desmorona a farsa que ele tenta sustentar em seus pronunciamento. É patético.

Confirme a intolerância e o autoritarismo de Jean Wyllys, que exibiu, nesse vídeo, inequívocas características fascistas, como a intolerância contra quem pensa diferente dele em termos políticos, uma das maiores marcas do fascismo e também do comunismo, como qualquer um que estudou a sério tais assuntos sabe:

O problema da esquerda brasileira é justamente esse, qual seja, ela é casuísta, incoerente e usualmente ignorante, desinformada. É incapaz de conhecer e usar corretamente os conceitos que usa displicentemente. Quando enquadrada no que acusa, desdiz o que disse antes, enxerga diferenças inexistentes etc. Isso também tem relações com uma postura fascista, a de se colocar acima de tudo, de se considerar “dono da verdade”, de não reconhecer os erros, isto é, o de discursar em prol de um enaltecimento da pessoa, de defender a sua “infalibilidade” (de onde surge o culto à personalidade, tão caro aos fascistas), mesmo que isso seja sustentado da forma mais tosca e ridícula possível, como faz a esquerda brasileira.

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