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O pior poder da república, disparado

Eu vejo muita gente reclamando do governo. Pior seria se dependessem do Poder judiciário para alguma coisa. Eu não dependo muito do governo, em qualquer das três esferas (municipal, estadual e federal). Dependo, na condição de advogado, muito mais do Poder Judiciário. Não tem nem como comparar. O Executivo pode ser criticado em muitos aspectos, mas pelo menos ele age, na maioria das vezes. O Judiciário é completamente ineficiente, moroso, o pior dos três poderes, disparado.

Além disso, é o poder menos investigado em termo de corrupção, mesmo sendo lotado de ladrões do erário, corruptos, fraudadores de licitação, vendedores de sentença, gente improba, preguiçosos, despreparados, desqualificados tecnicamente etc. Tirando uma ou outra exceção, geralmente contatos que vêm de longa data e de outras situações, nada a ver com o ambiente judicial, não tenho qualquer relacionamento de amizade com juiz de direito e prefiro que continue assim. Para mim, juiz de direito existe para julgar de acordo com lei e a Constituição e só. Se eles cumprirem essa função, o que cada vez menos acontece do jeito que deveria, já estará de bom tamanho.

O que existe hoje em dia no Poder Judiciário é a transformação dele num grande balcão de negócios, cuja finalidade maior é homologar acordos, muitas vezes ilegais e imorais. Foi nisso que o Poder Judiciário se transformou. Hoje em dia, praticamente não existe mais a nobre missão de aplicar corretamente a lei, dar direitos a quem tem e distribuir justiça. Esqueça. Isso não faz mais parte do cenário. Os jurisdicionados são chantageados a partir da ineficiência do Poder Judiciário. A chantagem a que me refiro funciona da seguinte forma: ou eles, os jurisdicionados, aceitam celebrar um acordo ridículo, em muitos casos, ou quem tem direitos a pleitear amargará durante anos a completa ineficiência do pior poder da república, que é o Poder Judiciário.É assim que as coisas estão funcionando no Poder Judiciário, que não é capaz de cumprir, em patamares minimamente razoáveis, sua função constitucional.

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Arquivado em Direito e Justiça, Política